Morei em frente ao Guimas quando tinha 25 anos. Eu morava com uma amiga, mais que amiga. Embaixo morava Adriana Dolabella e em cima um rapaz chamado Oswaldo e depois o Tércio morou lá também. Cazuza estava sempre pelo prédio por diferentes razões. Vi o Guimas abrir. Conheci Tintim e o Chico. Como eu ainda era um pirralho ia pouco preferia os bares da esquina. Mas, lá pela primeira vez tomei caipirinha de lima da pérsia comi pastel de brie e um filet que vinha com queijo derretido no meio chamado boursin. Chico sempre muito simpático ensaiávamos algumas conversas e TinTim mas reservada, porém com um sorriso espontâneo e franco. Um dia vi Baby Consuelo e o Thomas Green Morton no restaurante e fui até lá ver aquela explosão de RÁ RÁ RÁ senti um cheiro forte de erva e vi bolas coloridas em cima cabeça dele e os garfos todos do Guimas entortaram.
Voltei para o Leblon e o Baixo Gávea bombou. Voltava sempre ao Guimas e descobri que o Chico e a TinTim eram amigos de outros amigos mais velhos e depois da minha idade e depois conheci os filhos que eram amigos de outros amigos meus. Isso é uma família para mim. Família de amigos. Família da minha cidade e do meu país. Não posso admitir que isso aconteça no meu quintal. Saí pra lá, coisa ruim. Seja você autoridade, bandido, banqueiro ou vigilante. Chega do seu terror facínora e fascista. O mesmo território da Praça Santo Dumont é o mesmo território da Praça de Curicica. Você coisa ruim tem que ser extirpado e seu poder está na hora de acabar. Nós precisamos tomar uma atitude em outubro. Chega de vacilação. Não a esses corruptos de qualquer espécie.
Recebi uma foto aqui no blog do casal Chico e TinTim Mascarenhas da fotógrafa Cristina Granato, eu não ia postar nada, mas quando vi a mão de Chico segurando a mão de TinTim entendi que os dois eram uma só pessoa apesar de suas individualidades e que o amor uniu a morte não separa. Chico muita paz nessa hora.