Ontem (07/07) assisti ás 14:00 horas e alguns minutos a uma cena de terror e angustia em Ipanema. Quase na esquina das ruas Visconde de Pirajá e Joana Angélica, eu estava no celular quando ouvi um tiro e vi uma correria. Entrei na galeria 330 e fui indo em direção devagar ao local de onde tinha vindo o tiro.
Uma mulher estava deitada no chão com algumas pessoas ao seu redor. Ela estava ferida com um tiro na perto. Outra mulher em pé aos prantos e estado de choque chorava e dizia – foi um assalto o bandido puxou a bolsa e ela não soltou ele puxou o revolver e deu um tiro na perna dela puxou a bolsa e correu em direção a Lagoa.
A mulher Maria Lucia havia saído do Banco do Brasil na Rua Joana Angélica e voltava para sua loja “Oficina de Unhas”, na Visconde de Pirajá. O tiro entrou pela coxa direita e foi disparado à queima roupa. O assaltante correu e Maria Lucia ficou estendida no chão. Muitas pessoas juntaram ao redor dela e logo as pessoas ligaram nos seus celulares para Policia Militar, Corpo de Bombeiros e o transito começou a parar. Os gritos de “deixem ela respirar” começaram a serem ouvidos até de dentro dos ônibus.
Um médico veio das obras do metro na Praça Nossa Senhora da Paz e ficou ao lado de Maria Lucia que não conseguia falar e nem se mexer. Estava paralisada em choque, atônita e desesperada com a situação. Passaram-se 8 minutos até que um policial militar passando de moto em frente ao local foi parado pelos gritos das pessoas que estavam ali esperando o socorro. Algumas pessoas falavam para colocá-la em um taxi e a levarem para o hospital Miguel Couto. Maria Lucia perdia muito sangue e outras pessoas falavam para que ela ficasse ali aconselhada pelos médicos. O policial de moto subiu na moto e desceu pela Rua Joana Angélica e voltou em seguida.
Mais oito minutos se passaram e uma viatura policial com dois policiais passaram e partiram em busca do assaltante. O sangue do ferimento já era muito e formavam uma poça ao lado de Maria Lucia que estava mais pálida. Nesse momento eu fiz três fotos com meu celular e o policial virou para mim e falou. –Vai fazer fotinha para publicar no facebook você não tem respeito por essa mulher? Fiquei quieto e não falei nada. Senti que não era uma boa hora para argumentar nada e que ele estava tão desesperado quanto ela. Mais de quinze minutos e nenhum outro policial e nem ambulância e ela poderia ficar ali até falecer.
Agora o desespero era geral, uma ambulância da prefeitura dessas verdes veio com a sirene ligada e quando viu o que estava acontecendo não quis parar. Pararam um taxi, mas ele não quis levar. Uma mulher apareceu com uma tesoura e cortaram a calça de Maria Lucia e ataduras apareceram. Mais de vinte minutos e nada. O trânsito estava descontrolado não respeitavam mais o sinal e embolou tudo de vez. Homens começaram a liberar o transito na base do próprio comando e após 25 minutos apontou na Rua Visconde de Pirajá com Maria Quitéria uma sirene do Corpo de Bombeiros.
Nada de policia municipal, nada de outra viatura da policia militar ainda só policial motoqueiro continuava no local. Os funcionários do metro e outras pessoas liberam o caminho para que a ambulância chegasse mais próxima onde estava Maria Lucia deitada no chão e em mais dois minutos ela estava dentro da ambulância. Ao todo mais de 30 minutos se passaram até Maria Lucia ser resgatada pela ambulância do Corpo de Bombeiros.
Mais tarde foi noticiado a prisão do assaltante na Lagoa.
Foto José Ronaldo Müller
A cidade e sua vítima