Começa hoje (27/07) na Anita Schwartz Galeria de Arte, a exposição individual da artista paulistana “Estela Sokol – Naturezas Mortas”, com obras inéditas e produzidas este ano, entre objetos, esculturas, pinturas e uma grande instalação que ocupará o salão no térreo do edifício da Gávea.
Sobre o chão do grande salão térreo da galeria, estará a instalação“White Heat” (título que faz menção ao álbum “White Light/White Heat“, da banda Velvet Underground, composta por cerca de 600 peças em forma de sarrafo, de diversos materiais brancos, como espuma, parafina, feltro, mármore e gesso, e com dimensões que variam em comprimento, largura e altura, esta com no máximo 12 centímetros. As peças ocuparão uma área de 45 metros quadrados na área central do piso, de modo a que o visitante possa circular em torno.
Estela Sokol destaca que “a ideia é partir da justaposição das peças para ressaltar as diferentes tonalidades de branco dos materiais”. “O trabalho propõe diálogo com a tradição pictórica, e o legado de artistas como Agnes Martin“, explica. O pé direito de sete metros e as paredes vazias, fazem com que a obra, de acordo com a artista, possa “tirar proveito do silêncio da sala”.
O texto da exposição é de Felipe Scovino vamos reproduzir aqui uma parte.
Sobre o silêncio das coisas
Ao tomar contato com o trabalho de Estela Sokol o que mais me salta aos olhos é a sua capacidade de reter uma potência expressiva de suavidade, delicadeza e silêncio. Transitando pelo universo de Agnes Martin, Morandi, Robert Ryman, Rothko, Volpi, dentre tantos outros artistas e poéticas que criam um universo expansivo de ideias e sentimentos anti-espetaculares a partir de uma economia de gestos, a obra de Estela revela uma transparência do corpo aparentemente sólido da pintura e da escultura.
Fotos Gui Gomes