O Oi Futuro apresentou ontem (26/03) obras dos artistas Milton Guran e Ricardo Cotrim em seus espaços de arte pública, com curadoria de Alberto Saraiva. Os trabalhos ficam em cartaz até 27 de maio.
A foto de um menino Kayapó ocupa a fachada do Oi Futuro. “A imagem mostra um menino ostentando a pintura corporal tradicional Kayapó, marca da sua identidade cultural, em frente a construções de alvenaria de sua aldeia. A obra, feita no início da década de 1990 pelo fotógrafo e antropólogo Milton Guran, representa a resistência cultural dos índios no processo de interação com a sociedade nacional. “A diversidade cultural é a nossa maior riqueza social e sua defesa uma importante frente de luta dos indígenas e de todos nós”, diz Guran.
Os Kayapó estão presentes em atividades econômicas como o garimpo e a extração de madeira, mas não quer deixar para trás as próprias tradições. “Esta foto, de certo modo, sintetiza essa relação de resistência cultural, explicitada na pintura corporal do menino e no seu olhar, diante daquilo que envolve seu povo, representado pelo casario do fundo de um lado e a parede de alvenaria escalavrada de outro”, explica Milton. O fotógrafo visitou a aldeia para documentar das condições de vida e a cultura indígena. Com autorização dos índios e da Funai, ele fotografou o menino, que não foi identificado.
Vista pelo artista como uma oportunidade de utilizar registros feitos em uma das manifestações de rua que marcaram o ano de 2013 no Brasil, a instalação “Republico”, do compositor Ricardo Cotrim, estará exposta no Projeto Tech_Nô a partir do dia 26 de março, no Oi Futuro.
O material sonoro, rico em texturas e qualidade sonora, foi captado durante o protesto contra o aumento das tarifas de ônibus no dia 13 de junho de 2013, no Cinelândia. A intenção da obra, segundo o artista, é evocar memórias, imagens, emoções e sensações. “Meu interesse está na criação que articula as expressões culturais populares com os processos de criação em ambiente de estúdio eletroacústico”, explica o compositor.
Durante a concepção e experimentação do projeto, o artista agregou outros sons de rua ao material da manifestação, gravados em outros locais e datas anteriores. “Ao repovoar esse lugar imaginário das passeatas, pode-se pensar sobre a representatividade das manifestações e a incapacidade da nossa sociedade em se mobilizar por causas comuns básicas, como saúde e educação”, diz Cotrim.
O trabalho do compositor está inserido no campo da cultura popular e da música experimental.
Fotos Marco Rodrigues
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Alberto Saraiva e Márcia Milhazes
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Alberto Saraiva, Jorginho Velloso, Illy Gouveia e Theresa Eugenia
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Alberto Saraiva, Milton Guran e Ricardo Cotrim
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André Parente, Kátia Maciel e João Paulo Quintella
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Bel Pedrosa, Milton Guran e Luciana Whitaker
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Cristina Penna e Rafael Adorján
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Gabriela Alevato, Tatiana Laura, Ana Gonçalves e Rafaela Zanete
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Gabriela Machado, Alberto Saraiba e Beth Jobim
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Rodrigo Andrade e Milton Guran
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Rodrigo Andrade, Alberto Saraiva e Milton Guran
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Rodrigo Andrade, Alberto Saraiva e Ricardo Cotrim
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Tatiana Chalhoub, Ticiana Flarys e Lina Kaplan
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Zeca Guimarães, Ana Rodrigues e Milton Guran
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Jaques Faing, André Shiek, Leandro Pimentel e Aline Couri
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Joana Abreu e Ricardo Cotrim
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João Paulo Quintella e Simone Michelin
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Luciano Figueiredo, Theresa Eugenia e François Thiolat
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Milton Guran
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Paulo Marcos, Kitty Paranaguá e Ricardo Cotrim
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Renato Camargo e Úrsula Tautz
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Renato Resende e Ana Miguel